quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Ao acaso


Nunca estive ali, era colorido. 
Foi quase impossível não sentir.
Cheirava  mato, flores, brisa, sol.
Até um gosto perdido de algo doce, cereja talvez. 
As aves aventuravam-se nas piruetas em queda livre. 
O som do vento viciante sibilava palavras de conforto. 
Era onde eu queria estar. 
Sentada, sentindo e suspirando. 
Ficar inativa,  sem perspectiva. 
Não estava sozinha.
Apesar do silêncio constante que havia viciado ambos.
Ele vestia azul.  
Não me tocou, nem me encarou.
Permaneceu ali, distante e forasteiro.
Recluso em qualquer pensamento. 
Menos em mim.

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