domingo, 22 de fevereiro de 2015

Isso é tudo

Todos somos covardes. Nosso instinto e regado de mentiras. E sim, é reversível. Acredito que todos, até os mais duros conseguem sentir. Mas eu tenho outras saídas. Eu gosto do ódio explícito. Ele é a única verdade que separa os bons e os melhores. Que separa o meu eu humano, do meu eu mocinho. Enquanto um lado se pergunta onde eu errei, e tenta reparar os erros, o outro se diverte com a desilusão. Um tenta entender , aceitar e perdoar os outros. O outro, se satisfaz com os erros alheios e se põe no centro da situação, pra sentir o caos de perto. Uma luta contínua, mas nada incomum. Os meus erros serão sempre os mesmos, e espero que alguém me entenda um dia. Ha uma alegria oculta, em todos os olhares, quando estou no poço. Eu sei como é contagiante observar alguém cair e esperar ser atingido para ajudar. Sim, ainda colho alguns frutos. Mas ultimamente tenho me divertido muito, quando paro para olhar que porra estou fazendo. E depois me engasgo quando percebo, que no meio das minhas pernas é sempre mais doce.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Ao avesso

Nestes dias loucos, eu andei chorando. Não havia um motivo específico. 
Lembrei dos meus problemas, do sofrimento no mundo, até perguntei a Deus quando isso mudaria. E por fim, lembrei de você. E de triste não consegui mais chorar. 
Saiba, meu jovem, eu carregaria metade do teu fardo nos meus ombros. 
Sentiria a tua dor, junto com a minha. Transformaria suas mágoas em algodão doce. Faria qualquer coisa pra te ver sorrir de verdade. Mas não posso. Há um tempo atrás era simples forçar sua fechadura. Hoje, é preciso sangrar durante uma noite inteira, para causar um arranhão. Talvez você nem saiba, ou não tenha percebido, que eu sempre quis te ajudar. O silêncio que exala dos teus olhos é assustador, e não faz querer ficar. O veneno oculto em suas palavras corrói, e não faz querer o bem. Talvez seja mais estranho ainda, por nunca ter se interessado em me conhecer. Conhecer de verdade, por dentro, no íntimo. Enquanto fiquei aqui decorando gostos e costumes. Mas é tarde pra se importar com isso. 
A verdade é que ainda não estamos sozinhos, e estou aqui. Estamos aqui. E quando você se perder novamente, talvez estejamos aqui, mas acho que não. 
Talvez sejamos as únicas, mas sem um obrigado é difícil continuar. 
Te amo, mas não é o caso 


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Sangue do teu sangue I

Eu juro que tentei me espelhar, te respeitar, te amar como deveria. Mas estou tentando a 9 anos em meio a ofensas, torturas, vergonha. 

"Esta casa é minha e faço o que eu quiser."

Esse teu olhar que me renuncia a cada manhã está em meu reflexo. Este amor que não escolhemos as vezes dói. Sempre vou te pedir perdão por vir ao mundo através de você. 

"Não pedi uma filha tão burra."

Mas hoje, eu te renego. Não tenho mais a obrigação de te aturar. Metade do meu coração será sempre seu.  Me ensinou a caminhar, a descobrir a vida, e com a realidade me ensinou a sobreviver.

"Ela se formou no magistério, filha minha tem que ser alguém na vida."

 E agora vou seguir o meu caminho, errar em paz, sentir a vida sem medo, sem correntes, sem você. Agora vou caminhar com os meus próprios pés, e na minha caminhada só ha uma direção. 

"No dia que sair por esta porta, é pra sempre. Se for, não volta mais!"

Uma ida sem volta. 
Um adeus sem arrependimentos. 



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Cansaço

É que eu tô cansada de você.
Disse que tentaria, mas não consigo.
Foi porque você gritou, berrou demais, e implorou de menos.
É que eu preciso viver minha vida.
Mas não posso esperar essa sua doença passar. Não tenho tempo.
E talvez seja melhor para nós
É que essa ilusão que nos uniu desiludiu.
E não tá dando mais pra viver na tua cola.
Posso estar errada, mas isso já acabou.
É que eu não faço por fraqueza.
E eu vejo você reclamar de empurrar com a barriga.
E sinto muito, mas isso já não me comove.
Talvez se você tentasse.
É que eu tô tentando te entender.
Mas me perdi sozinha ao buscar uma solução.
A verdade é que você não me quer mais.
E se foi culpa dele, eu peço desculpa.
É que eu te vejo se destruir nas minhas mãos.
E ainda sinto como se fosse ontem o início da nossa perdição.
Naquela época que as coisas eram difíceis.
É que eu pensei que fosse durar pra sempre
Mas você me repudia sem piedade.
E não sei mais o que fazer com esse ciúme que me consome.
E não me conformo mais em te ver me chamar de covarde.
É que eu escuto seus discursos.
E me machuca porque não existe mais confiança.
E eu já te vi fugir pra ele, quando eu era o seu abrigo.
É que eu nunca me importei.
Mas agora essa ferida de desgosto não se fecha.
E isso já tá me matando.
É que eu tô vendo você não lutar.
E já não sei se isso faz sentido.
E me dá nojo as minhas mentiras.
Mas eu te conheço, e sei que a verdade nos mataria.
É que eu sei o quanto dói.
Mas acho que eu não amo mais você.
E eu não te culpo.
Talvez se eu te perdesse.
É que você vai ficar melhor sem mim.
Só te quero bem.
É por isso que tô te deixando.
É que eu só queria te pedir perdão.

Lúxuria 1.1

Sobre a vida que levei?
Não me arrependo. Não vou dizer que foi difícil, se é isso que você quer ouvir.
A vida que levei foi por opção. 
Não lembro de números.
Lembro de impulsos, esses que não eram meus.
E lembro como se fosse hoje das surras que levei.
Sobre o começo?
Fui surpreendida. E sei dos motivos, sei das culpas. E não o culpo. Não culpo suas mãos, sua boca, sua força, seu estupro.
Naquele dia nasceu a sua puta, a minha, a deles. Sofia.