domingo, 7 de setembro de 2014

Inexistente


Eu podia sentir o vento, o chão, até mesmo o insetos. Mas não sentia meu corpo, não sentia  a firmeza da vida. Eu não estava lá, por eles. Naquela noite eu senti cada alma que passava por mim. Havia muito ódio, uma fúria jamais vista pela humanidade. Eu queria entender, ou tentar ajuda los. Mas estava ali só para observar, ou aprender alguma coisa. Até que senti na carne, algo perfurando meu coração lentamente, o sangue escorria fresco, o mundo girou. Em um único suspiro eu me vi partindo, e antes que tudo ficasse negro, eu voltei , numa batida única, forte e intensa que me deu a certeza de que o pulso da vida corria dentro do meu ser. Mas Ela estava ali. De dentro da caverna ele surgiu num ato de redenção, ele sabia que a hora tinha chegado e que não adiantava mais fugir. Ele sentiu a minha presença, olhou em minha direção, encontrou a sua paz e partiu. Nós partimos. O elo foi quebrado. O caos nunca existiu. Não houve despedidas. E quando acordei, me dei conta que ele nunca esteve aqui.


"Me lembro dos mistérios e dos casos mal resolvidos. Do amor que vendou meus olhos e de todas as duvidas que cercaram o meu terreno como cerca viva."