quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Euforia

Uma gota escorre devagar por entre seu pescoço, sem direção tão pouco pressa. A cada pedaço de pele um sussurro comovente.
Bocas impacientes que buscam uma solução. Dedos exaustos que procuram uma terminação.
O sensível pulsa dentro e fora, e a velocidade aumenta ao som de cada batida do relógio.
A respiração corta, o coração falha, mas a batida nunca acaba.
E a vontade invade fundo, sem medo, quase inconsciente, pura. A dor fina passa despercebida entre dentes e línguas, e num gemido abafado o corpo acorda, e a mente se liberta!

O filme da noite mais triste do ano



Das falhas humanas não tive pressa
Dos rostos estranhos  a vida foi desfeita.
Lembra quando nada nos importava?
Os erros são incapazes de se corrigir sozinhos.

Hoje eu não durmi
Nem esbocei remorso.
Apenas me desmoronei entre retratos velhos.
Chorando conflitos internos
Das vidas entre mentiras, o perdão não me foi concedido.
E a consequência amarga me chicoteia
De impulsos nervosos fiz a minha morte
Com filmes reais construidos em fantasia
Eu me abandonei no teu cheiro
A noite em vão, trouxe a culpa
De um crime feito a mão, bordado com emoções baratas.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A origem.

Há algo dentro de você querendo sair. Há algo dentro de você querendo te dominar. O tempo está se esgotando. Ela sente fome, sede e não vai parar até conseguir o que quer. As correntes foram quebradas. As paredes estão se rompendo. Ou a deixe sair e a domine, ou resista até que Ela controle você.



- Eu sou só uma menina.
- Olhe para você. Olhe para nós. O que você vê?
- Não consigo ver.
- Não consegue ou não quer enxergar?
- Chega.
- Poder, segurança, reconhecimento.. Não é disso que precisa?
- Vá.
- Liberte me.

Deus tenha piedade.

domingo, 2 de novembro de 2014

Sobre-viver

Tantas vidas a minha volta e gostaria de sentir apenas uma, da mesma forma que elas fingem me sentir.Não estive aqui ha tanto tempo para sobrar. Doando o que não tenho para receber sequer a metade.  Recuando quando deveria explodir. Me calando no momento de gritar. 
Marcam meus passos, vigiam o meu sono e reforçam os meus bloqueios.
Por dentro um vazio tão intenso que as vezes me perco e esqueço de voltar, e quando retorno estou oca. Não sinto, não vejo, não escuto. respiro.
E agora estou aqui no ultimo banco esperando a minha vez. Esperando a vida, a verdadeira vida restaurar meus pulsos e acender a minha vontade de viver. Mas ela não vem. Não mais.