terça-feira, 17 de março de 2015

Eu não costumo julgar as pessoas, mas costumo achar que todos, de qualquer maneira, tem algum conteúdo a me oferecer. Seja bom ou ruim. Como exemplo, esse texto, diferente dos outros não tem nenhum tipo de história, nem romance. É só mais um texto. Mas com um propósito diferente, um conteúdo. Eu sei, muito bem por sinal, que eu tenho minhas inferioridades, as minhas teimosias, essas coisas de menina quase mulher. E que por vezes eu chego ser chata de tão certinha e bagunçada. Mas acontece  que sou assim. Por vezes eu vejo uma breve discussão pelos cantos sobre o meu eu antissocial. Isso não me aborrece. Eu sei medir as coisas, mas veja bem, eu não sou simpática, e não tenho obrigação de conquistar ninguém. Talvez você tenha que me conquistar. E pra esclarecer alguns pontos úteis, ou não. As pessoas me vêem com pouca frequência reclamar da minha vida amorosa, e sim reclamo. Entenda, estou sozinha porque eu quero, porque não tenho paciência, e se for pra estar com alguém que seja uma coisa sei lá, amigável, repare que  não falei de amor, isso é pra outro texto. Não querendo dar muitas voltas, vou direto ao ponto. Tem pessoas que me  irritam com as suas teimosias. Eu sei cada um tem seu gosto, mas não mexe com a minha arte. Se você não amadureceu, fica na sua, não fala mal do trabalho dos outros, se a sua preferência é a mídia internacional, purpurina e essas coisas espalhafatosas, nada contra, eu também curto. Só que eu sei dar valor a coisas escritas com coração, coisas que vieram daqui, da nossa terra. Você nunca vai me ver negar que sou daqui, que eu sou negra. E eu me orgulho disso, e muito.  E me entristece ver essa cultura diminuída nessa gente, que não vê beleza em uma música de um dos maiores compositores nacionais.  Sim, isso me enlouquece. E graças a Deus a arte me acompanha todos os dias. E tenho orgulho de dizer que a arte me transformou. Eu escrevi esse texto pra falar de pessoas sem conteúdo, de pessoas que não tem a arte como ponto de partida, que tem suas mentes alienadas pelo glamour estrangeiro. Você está no seu direito de gostar do que bem entende, mas procure outras coisas. Não sei. Se encha de conteúdo, pro seu bem, pro bem de quem está perto, ou longe. Isso faz bem a alma.
Eu escrevi esse texto pra desabafar, e pra você enxergar, que eu tô sozinha porque quero mais pessoas como eu e menos pessoas como você do meu lado.

Sobre a vida

Por que temos tanto medo da morte? Porque não sabemos se será um alívio ou um tormento!? Ou o medo se baseia na nossa ignorância e limitação perante a vida!? É frustrante temer algo que já está traçado na nossa existência. Lutamos todos os dias com nós mesmos. Disfarçando a nossa imperfeição, maquiando a idade e pra quê? Ela virá ao nosso encontro. Se não for pela doença, ou velhice, será por conta do acaso. E nós sabemos disso. Aos 6 anos de idade já estamos cientes que tudo que nasce morre. E mesmo assim, tentamos correr contra ao vento, para aproveitar a vida ao máximo. Aproveitar o quê!? Será que se olharmos em nossa volta, ficaremos presos entre o "por que estamos aqui" e o "para onde vamos"? 

E nossas perguntas não terão respostas.
 Então precisamos acreditar fortemente em algo, e ao mesmo tempo nos defender daqueles que acreditam que fé tem que ser uma só. Depois temos que deixar claro em nossas ações o que realmente queremos. E o que queremos? Sejam fatos ou teorias, ciência ou religião, fórmulas ou orações. Viveremos de 'talvez' e no meio desses " e se" o medo persistirá 

terça-feira, 10 de março de 2015

Dias de cão


Primeiro ele diz que não vai me decepcionar, para deixar tudo em suas mãos. Jurou perfeição em solucionar os problemas. Mostrou que algumas coisas nessa vida eu não conseguiria sem a sua permissão. Abusou do meu ódio, e fingiu não ver a minha incompetência. Prometeu ajudar e fracassou. Depois, já desiludida de tudo, ela chegou pela minha janela me oferecendo abrigo. Tentou me proteger quando eu disse que não havia ameaças. Entre cacos e trapos me levantou a força, e como se não bastasse, fugiu. Me abandonou. Ele, o tempo, me mostrou a verdade. Ela, a vida, me ensinou a me proteger de mim.
Eles ainda estão por aqui, mas agora é tempo de caminhar sozinha. 

sábado, 7 de março de 2015

A verdade é uma só

Dos altos e baixos tive medo. Medo de abrir as mãos, deixar escorrer entre os dedos e me perder no meu próprio caminho. Nada disso doeu. A verdadeira dor se escondia na verdade. A verdade é que nunca acrescentei. Hoje faz 3 meses que esqueci o sentido da vida. Acho que morri. Pra você. Por mim. Talvez fosse preciso sumir. Há uma paz, um sossêgo. Não aqui.
O destino se esconde na verdade.
A verdade é que nunca nos encontramos.


segunda-feira, 2 de março de 2015

Celina

Acontece que Celina não me deixa dormir.
Celina.
Confesso que amei Celina mais do que ela merecia. As vezes penso em como seria se eu nunca a tivesse visto. Se nunca a tivesse tocado. Mas Celina era como um pedaço de pele, que foi esfolado do meu corpo sem razão. Eu a queria perto, já estava longe.
Celina tinha os seios maravilhosos, que só ela sabia surrar no meu rosto. Aqueles lábios macios que roçavam em minha nuca antes de pegar no sono. E entre as pernas, a mais doce colmeia. Celina me fazia perder o controle todas as vezes que encostava a língua no céu da minha boca. E me fazia gozar sempre que me enfiava os dedos. E ela me comeu de todas as maneiras que quis, e eu também a comi. E durante a madrugada se esfregava como uma gata que miava aos meus ouvidos sem pudor. E lembro do seu sorriso largo enquanto me apertava a bunda.
E eu amava o jeito que me maltratava. Como me espancava, e como ordenava meu silêncio. Não havia maneiras de não ceder aos seus caprichos. E que a cada noite, me levava um pouco de vida em troca de escolhas imaturas.
Eu nunca pedi amor a Celina. Ela não amava ninguém. E era isso que me chamava atenção. Quando ela mandava e desmandava na minha vida, quando ela não dava a mínima pra sentimentos ingênuos.
Ah Celina, se soubesse o quanto te amei.
Eu amei Celina até me fundir a ela. E sinto seu perfume amargo se misturar no meu cabelo. E no teu corpo frio eu mergulhei de cabeça, enquanto seu sangue quente berrava em minhas mãos.
Celina morreu em meus braços. E até hoje, eu não sei seu verdadeiro nome.

Eu sei a hora de partir.

Não leia.
Essa doença. Ela vai me matar.
E com pontadas de desespero eu digo adeus.
Não leia isso. É a ultima coisa que eu te peço. Não leia.
Ou se por curiosidade não foi capaz de parar esse texto, não quero que me procure.
Eu vou morrer se ficar, e vou morrer se partir.
E preciso ver o mundo.
A morte nunca me agradou, e já me peguei pensando no que aconteceria com você se eu não estivesse aqui.
Mas sabe, um filme passa inteiro na sua cabeça, e as coisas morrem aos poucos.
Eu sinto falta do seu ombro amigo.
De conselhos, de chamegos.
E a coisa andou meio louca, pra você. E também pra mim. O mundo girou e nos perdemos, e agora estamos aqui.
Quem vai dizer que essa translação toda é errada?
Quem vai dizer que essa transação não foi um bom negócio?
Andei pensando. Vou embora por mim. E por ela.
Já não me cabe amor no peito, nunca coube. E somos parecidos de jeitos diferentes. Eu sei que você vai me entender. Só não confunda essa despedida como uma fuga.
Não estou fugindo. Ela te ama, e eu, só te quero bem. Talvez eu volte.
E agora eu sinto muita raiva. E antes que me acalme, já arrumei minha malas. Me rendo a você, e não é de hoje. E tudo isso é passageiro.
Me espere, se depois de tudo ainda me ter apreço. E quando voltar, te conto sobre as coisas que vi.


"Amor é amor. Não é corrente que a gente prende no pé. Amor é que nem asa. Amor é pra voar.”